30ª Bienal de São Paulo (dia 1)

ALGO QUE VALE A PENA, MESMO

A Bienal de São Paulo é experiência marcante, dessas diante a quais não se pode dizer que “tanto faz”. Na última década, creio ser esta que agora termina a minha terceira e, certamente, aquela em que mais me detive. Fui a São Paulo com o intuito primordial de vê-la, de cabo a rabo, custasse o que custasse.

E não me arrependi. Foram dois dias (tudo bem que não inteiros) percorrendo os três andares. Foram surpresas acontecendo em sequência, a peteca sempre se mantendo elevada, bem acima da cabeça.

No primeiro andar gostei dos trabalhos do americano David Moreno (explosão) , do tcheco Jiri Kovanda (carrinho e cupcake), do argentino Martin Legón (pedaço de bolo), da fotografia do peruano Edi Hirose e do pioneirismo concretista de Waldemar Cordeiro.

Em seguida, no segundo andar, bem no coração de tudo, o Bispo do Rosário estava como eu nunca o tinha visto, inteiro, comandante de exército, maestro insuperável. A ala desse artista, uns, digamos, seiscentos metros quadrados, é campo energético do qual não se sai vitalizado somente em caso de já se estar bem morto.

Um ponto alto desse andar esteve por conta da pintura do brasileiro Eduardo Berliner, mas também lá se encontra a do francês Bernard Frize (turbilhão). A da brasileira Lúcia Laguna, que eu queria ter visto, por algum motivo (cansaço e desencontro, provavelmente), não a vi. Por último, gostei também dos trabalhos dos brasileiros Cadu (trem e outras engenhocas) e f.marquespenteado, que creio ser discípulo direto do Bispo (são vizinhos de Bienal, ao menos). O fotógrafo paraense Alberto Bittar também me impressionou de modo positivo, ao contrário de seu quase conterrâneo, o amazonense Rodrigo Braga.

Enfim, suficiente para um primeiro dia. Vamos aos fa(o)tos; e digamos que, lá pelas tantas e de modo intermitente, meu olho se desviou para além das obras. O público da Bienal, óbvio, não é um público qualquer.

IMG_2725

IMG_2733

IMG_2736

IMG_2743

IMG_2744

IMG_2791

IMG_2783

IMG_2748

IMG_2746

IMG_2745

IMG_2691

IMG_2716

IMG_2693

IMG_2700

IMG_2705

IMG_2724

IMG_2715

IMG_2710

IMG_2708

About Cadeajuju

Filósofo, autor de uma tese sobre a liberdade em Foucault, defendida em 2008 na USP.
Esta entrada foi publicada em Arte. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

1 Response to 30ª Bienal de São Paulo (dia 1)

  1. Lis Marina de Oliveira disse:

    Que olhar bonito Andrés! Adorei ler o que escreveu, o que fotografou. Seu viés, sua leitura, seu universo dentro de outros que nos compõe. Estar lá, foi fundamental. Inclusive vi semelhanças na concepção da montagem com muitas salas da dOCUMENTA 13, em Kassel , Alemanha. As fotografias com traçados narrativos e esquadrinhados em grandes quantidades foram as mais marcantes. Seu olhar sobre o grande Bispo do Rosário faz de todos, seus personagens. Muito bom saber o quanto te envolveu, o quanto te levou a ter sua leitura e poder trazê-la pra gente comungar um pouco com o que foi vivido. Arte é o que nos faz conectar com o mais admirado e o mais aterrorizado do ser humano. Que venham outras tantas pra gente se olhar e também ser visto! Beijão pra você!!!!

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s